sexta-feira, fevereiro 15, 2008

A Global Map of Human Impacts to Marine Ecosystems



"Só 4% dos oceanos permanecem virgens à acção do homem


Apenas quatro por cento dos oceanos permanecem virgens em relação à actividade humana, segundo especialistas norte-americanos, que consideram que a pressão do homem nos ecossistemas marinhos tem sido subestimada.
Biólogos e oceanógrafos estabeleceram pela primeira vez um atlas planetário do impacto de 17 diferentes aspectos da actividade do homem nos oceanos, como a pesca, a poluição ou as alterações climáticas.
Os recifes de corais, o plâncton e os fundos oceânicos são alguns dos aspectos da vida marinha que têm sido afectados.
Mais de 40 por cento dos oceanos foram fortemente afectados pelas actividades humanas e poucas áreas marinhas permanecem virgens.
As zonas mais afectadas são o Mar do Norte, o Sul e Sudeste do Mar da China, baía das Caraíbas, a costa este da América do Norte, o Mediterrâneo, Mar Vermelho, o Golfo Pérsico, o Mar de Bering e várias regiões ocidentais do Pacífico.
Os ecossistemas oceânicos mais preservados situam-se globalmente nas regiões polares.
«Mas estes santuários estão ameaçados de uma degradação rápida devido ao desaparecimento da calote glaciar, em resultado do aquecimento global», segundo um dos investigadores do projecto.
Para os responsáveis pela investigação, este projecto permite «finalmente começar a conhecer a forma como os homens têm afectado os oceanos».
«Os resultados revelam um impacto global mais nefasto do que o que imaginávamos e foi surpreendente», comentou Ben Halpern, investigador da Universidade da Califórnia, principal autor do estudo, citado pela agência France Press.


Diário Digital / Lusa
15-02-2008 9:04:00 "


Pode-se aceder ao estudo em : http://www.nceas.ucsb.edu/GlobalMarine/


segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Água ou... A Bela e o Monstro


Fotos de fim-de-semana no Parque das Nações, na praia da Foz do Arelho e nas margens da lagoa de Óbidos.
É fácil encontrar a Bela, ela está por todo o lado, mas e o Monstro? Onde está ele? Só se encontram alguns vestígios e a sua insultuosa assinatura...

sexta-feira, outubro 19, 2007

The Day After Tomorrow?

Hoje, numa newsletter da revista Science, recebi o seguinte resumo:

"Deeper Surface Mixing

Eight episodes of massive iceberg discharge into the North Atlantic Ocean, called Heinrich events, have occurred in the past 65,000 years. These events caused intense regional cooling, and disrupted global deep ocean circulation for hundreds to thousands of years each time they happened. Their impact on the surface waters of the North Atlantic Ocean is of special interest as those waters sustain the most biological activity and are most directly involved in climate processes. Rashid and Boyle (p. 439, published online 20 September) show that Heinrich events modified the upper water masses of the North Atlantic Ocean by causing them to increase in thickness and to deepen. Such a change would have had major impacts on the ecology of the region. The authors suggest that the change was the result of windier conditions during those times." (o negrito é da minha autoria)

E depois lembrei-me de um outro artigo, da NASA, publicado em 01-10-2007:

“NASA Examines Arctic Sea Ice Changes Leading to Record Low in 2007

10.01.07

PASADENA, Calif. - A new NASA-led study found a 23-percent loss in the extent of the Arctic's thick, year-round sea ice cover during the past two winters. This drastic reduction of perennial winter sea ice is the primary cause of this summer's fastest-ever sea ice retreat on record and subsequent smallest-ever extent of total Arctic coverage.
A team led by Son Nghiem of NASA's Jet Propulsion Laboratory, Pasadena, Calif., studied trends in Arctic perennial ice cover by combining data from NASA's Quick Scatterometer (QuikScat) satellite with a computing model based on observations of sea ice drift from the International Arctic Buoy Programme. QuikScat can identify and map different classes of sea ice, including older, thicker perennial ice and younger, thinner seasonal ice.
Between winter 2005 and winter 2007, the perennial ice shrunk by an area the size of Texas and California combined. This severe loss continues a trend of rapid decreases in perennial ice extent in this decade. Study results will be published Oct. 4 in the journal Geophysical Research Letters.
The scientists observed less perennial ice cover in March 2007 than ever before, with the thick ice confined to the Arctic Ocean north of Canada. Consequently, the Arctic Ocean was dominated by thinner seasonal ice that melts faster. This ice is more easily compressed and responds more quickly to being pushed out of the Arctic by winds. Those thinner seasonal ice conditions facilitated the ice loss, leading to this year's record low amount of total Arctic sea ice.
Nghiem said the rapid decline in winter perennial ice the past two years was caused by unusual winds. "Unusual atmospheric conditions set up wind patterns that compressed the sea ice, loaded it into the Transpolar Drift Stream and then sped its flow out of the Arctic," he said. When that sea ice reached lower latitudes, it rapidly melted in the warmer waters.
"The winds causing this trend in ice reduction were set up by an unusual pattern of atmospheric pressure that began at the beginning of this century," Nghiem said.
The Arctic Ocean's shift from perennial to seasonal ice is preconditioning the sea ice cover there for more efficient melting and further ice reductions each summer. The shift to seasonal ice decreases the reflectivity of Earth's surface and allows more solar energy to be absorbed in the ice-ocean system.
The perennial sea ice pattern change was deduced by using the buoy computing model infused with 50 years of data from drifting buoys and measurement camps to track sea ice movement around the Arctic Ocean. From the 1970s through the 1990s, perennial ice declined by about 500,000 square kilometers (193,000 square miles) each decade. Since 2000, that amount of decline has nearly tripled.
Results from the buoy model were verified against the past eight years of QuikScat observations, which have much better resolution and coverage. The QuikScat data were verified with field experiments conducted aboard the U.S. Coast Guard icebreaker Healy, as well as by sea ice charts derived from multiple satellite data sources by analysts at the National Oceanic and Atmospheric Administration’s National Ice Center in Suitland, Md.
The new study differs significantly from other recent studies that only looked at the Arctic's total sea ice extent. "Our study applies QuikScat's unique capabilities to examine how the composition of Arctic sea ice is changing, which is crucial to understanding Arctic sea ice mass balance and overall Arctic climate stability," Ngheim said.
Pablo Clemente-Colon of the National Ice Center, Suitland, Md., said the rapid reduction of Arctic perennial sea ice requires an urgent reassessment of sea ice forecast model predictions and of potential impacts to local weather and climate, as well as shipping and other maritime operations in the region. "Improving ice forecast models will require new physical insights and understanding of complex Arctic processes and interactions."
Other organizations participating in the study include the University of Washington's Polar Science Center, Seattle; and the U.S. Army Cold Regions Research and Engineering Laboratory, Hanover, N.H.” (o negrito é da minha autoria)

Voltando à questão colocada pelo título deste post: estamos perante um cenário de ficção, ou a caminhar para uma nova e preocupante realidade?

domingo, julho 29, 2007

Aplysia fasciata

Lesma-do-mar, Lebre-do-mar, Vinagreira-negra, estes são alguns dos nomes atribuídos à Aplysia fasciata.

Encontrei este exemplar no Sábado, dia 28 do corrente mês, ao fim da tarde, na Lagoa de Óbidos, numa das zonas de areal junto à Foz do Arelho.
Na altura não fazia a mais pequena ideia do que se tratava, mas como nunca tinha visto nada parecido (também não sou propriamente um grande conhecedor deste tipo de assuntos…) resolvi tirar umas fotos e fazer algumas pesquisas para tentar descobrir que tipo de “bicho” era aquele.


Notei uma coisa interessante no seu comportamento: não procurava fugir da presença humana, o que até seria natural, e até parecia movido por uma certa “curiosidade”, só se afastando quando não estava ninguém por perto e voltando a aproximar-se quando alguém se dirigia na sua direcção.






















Para informações mais pormenorizadas podem seguir estes links:

http://www.seaslugforum.net/factsheet.cfm?base=aplyfasc

http://www.pescador.online.pt/imagens/VINAGREIRA-NEGRA.pdf


domingo, abril 08, 2007

Foz do Rio Tornada

Em Salir do Porto, junto à baía de S. Martinho do Porto, encontra-se um lugar, onde o rio se junta ao mar, de enorme interesse paisagístico e que recebe inúmeros visitantes ao longo de todo o ano.
Recentemente, a zona foi alvo de uma intervenção com vista a preservar a biodiversidade local e a proporcionar uma maior acessibilidade, nomeadamente através da construção de um passadiço elevado.
No decurso da minha última visita àquele local, ocorreu-me que talvez fosse boa ideia fazer uma entrada no blogue sobre aquela área, integrada no tema da conservação e restauração da biodiversidade. Um placard informativo, colocado pela Junta de Freguesia, forneceu-me os elementos necessários, os quais ilustro com algumas fotos de ocasião


Na baía de S. Martinho do Porto desagua o rio Tornada, um dos principais rios do Oeste, nas margens e foz do qual se observam habitats ribeirinhos, nomeadamente as galerias ripícolas e as formações vegetais halófitas. Nas depressões dunares, onde a humidade edáfica é elevada, ocorrem juncais.

A foz do rio Tornada é caracterizada pela mistura de águas doce e salgada, aspecto que condiciona as comunidades vegetais e animais que a habitam. As galerias ripícolas que marginam a foz do rio Tornada, apresentam um relativo bom estado de conservação, sendo estruturadas por uma espécie dominante – a Tamargueira (Tamarix africana).
No estrato arbustivo dos corredores ripários, ocorrem algumas outras espécies típicas das zonas de transição entre os meios marinhos e dulciaquícolas, como seja, o junco marítimo (Scirpus maritimus), o caniço (Phragmites australis) e as tábuas (Typha sp.).

A baía de S. Martinho do Porto funciona como o leito de inundação do rio Tornada, o qual tem nascente na Serra de Aire e Candeeiros. A fraca dinâmica das correntes marinhas dentro da baía, é responsável pelo forte assentamento dos sedimentos transportados pelo rio e consequente assoreamento da baía.
O assoreamento da baía de S. Martinho do Porto, devido à deposição de sedimentos, tanto provenientes do trânsito marinho, como do rio Tornada, tem conduzido ao desaparecimento das zonas húmidas neste local. O desaparecimento destes habitats, apesar de ser natural, representa uma perda significativa de biodiversidade.

Os estuários apresentam tipicamente faixas marginais de transição, de extensão variável, constituídas por lodos ou areias e estando sujeitas ao regime das marés - os sapais.
Devido ao forte assoreamento da baía de S. Martinho Porto, estes habitats estão mal representados no estuário do rio Tornada, estando reduzidos a manchas fragmentadas na foz do rio.
Os sapais são ecossistemas importantes porque:
a) São um local de abrigo e maternidade para diversas espécies marinhas;
b) São um local de alimentação da avifauna;
c) Têm uma função depuradora da água, devido à capacidade das plantas de absorver e fixar metais pesados.
Com o objectivo de combater o assoreamento dos habitats naturais na envolvente da foz do rio Tornada, o Projecto de valorização Ambiental da Concha de S. Martinho do Porto, promovido pelo INAG, levou a cabo a criação de duas áreas de sapal.

A abertura e aprofundamento das valas garante a disponibilidade de água salobra que as comunidades vegetais halófitas necessitam para se desenvolverem.

terça-feira, março 27, 2007

Dilema difícil de ultrapassar

A aquicultura (ou aquacultura) apresenta-se como alternativa à exploração dos recursos marinhos para além das suas capacidades, contribuindo de forma crescente para a satisfação das necessidades alimentares de uma população mundial em constante crescimento. Mas qual o seu impacto nos ecossistemas? Não estaremos apenas perante mais uma forma de pressão sobre os recursos naturais, motivada apenas pelas regras de mercado?





Vejamos, a título de exemplo, o caso da cultura de salmão e as consequências para as zonas de instalação das explorações piscícolas:

- Poluição química e orgânica das áreas envolventes.
- Utilização de antibióticos, pesticidas e fungicidas, originando contaminação de habitats.
- Fugas de espécimes invasores, pondo em causa o equilíbrio biológico dos ecossistemas.
- Captura de outras espécies de peixes para alimentação das colónias piscícolas.



Ainda há peixe no mar?

A procura de alimentos marinhos subiu exponencialmente nas últimas décadas, fruto do crescimento demográfico e do aumento do consumo per capita, tendo nos finais dos anos oitenta do século passado, sido atingido um nível máximo de captura absolutamente insustentável para a capacidade de regeneração dos ecossistemas.
Durante muito tempo, demasiado até, havia a convicção generalizada da inesgotabilidade dos recursos dos mares e oceanos.
Actualmente assiste-se à iminência de colapso, a nível global, de uma das principais fontes de alimentação da humanidade.

No decurso de algumas pesquisas encontrei elementos que permitem uma pequena discussão em torno da sobrepesca nos Açores, tais como a localização geográfica, as artes de pesca e a faina artesanal.

Descobri também que o nosso país é pioneiro no estudo da relação entre a actividade da pesca e os recursos naturais, nomeadamente através da vida e obra de Alfredo Magalhães Ramalho, que inicia a abordagem científica dos problemas das pescas em Portugal.



Que peixe é este?

Vou dar-vos uma pista: é com as suas ovas que se faz o caviar!
Passa a maior parte de sua vida no mar mas reproduz-se em água doce.
Até há poucas décadas era possível vê-lo nos principais rios portugueses.
Globalmente é considerado Criticamente em Perigo, restando poucas populações viáveis.
As principais ameaças a esta espécie residem na construção de barragens, alteração dos caudais, poluição e sobrepesca.






O seu desaparecimento implica a perda de um património biológico com mais de 100 milhões de anos.

terça-feira, março 06, 2007

Será coincidência?

Este primeiro gráfico mostra-nos a evolução da economia mundial, nota-se claramente o arranque da Revolução Industrial e as convulsões da primeira metade do séc XX.




No segundo gráfico é patente o salto exponencial que é dado no crescimento da população mundial na segunda metade do séc. XX.


O terceiro gráfico mostra-nos a tendência evolutiva da extinção das espécies.

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